terça-feira, 29 de maio de 2012

Quando o jornalismo cultural e policial devem caminhar juntos



Muito já se falou desde o início da noite do último domingo sobre o 16° Festival Cultura Inglesa. Até emissoras de TV, que normalmente não dariam espaço a uma pauta dessa, por simplesmente ser cultural demais, acabou arranjando espaço em sua grade para mencionar o evento. O motivo mais óbvio: um show gratuito em São Paulo mais uma vez gera confusão!

Com capacidade para 20 mil pessoas, o Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, abrigou o festival musical com intuito único de divertir e entreter um público que, às vezes, carece de bons espetáculos culturais. Mas aí entra uma questão que tem se tornado com frequência um grande problema. A ideia claro que é boa: reunir em um evento bandas gringas, misturadas a brasileiras, porém, quando o objetivo também é proporcionar ao público um show de graça, tem que se pensar exclusivamente em uma ótima infraestrutura. E foi isso que faltou à organização do festival.

Os noticiários que, anteriormente não se interessaram pela pauta, assim que houve um problema para entrar no parque, mais precisamente às 17h50, mandaram repórteres até lá para cobrir uma possível desgraça! Com um tumulto desses fica cada vez mais evidente que o jornalismo cultural e policial caminham juntos. Para uma determinada emissora ou jornal impresso, o importante do festival foi falar sobre a barreira que a polícia formou na entrada do parque quando foi atingido o limite de 20 mil pessoas, e a partir daí, os que ficaram para fora enfrentaram gás de pimenta nos olhos e empurrões para tentar assistir ao show principal: a banda de rock escocesa Franz Ferdinand.

Tudo recai sob uma influência da editoria de determinado conteúdo de comunicação. O que não posso deixar de ressaltar também é que as pessoas que chegaram cedo ao parque, não presenciaram este confronto entre polícia e público que ficou de fora da festa. Em diversos sites e comentários no Facebook, o que vi foi um manifesto de surpresa ao saberem que rolou até gás de pimenta. 

Por essas e outras é que não dá para generalizar que um evento gratuito dá totalmente errado, sempre tem pelo menos uma pequena parcela de acertos. No caso do festival da Cultura Inglesa, o ponto positivo foi escalar a banda paulistana Garotas Suecas para entreter a galera bem antes da tão esperada apresentação do Franz Ferdinand. No setlist do grupo brasileiro: diversas canções em homenagem aos 50 anos de existência dos Rolling Stones. Além disso, o frisson do evento musical deu espaço ao tecnobrega da Banda UÓ, que deixou seu estilo de lado neste dia e fez um tributo ao grupo britânico The Smiths. 

O incentivo para mais eventos gratuitos, seja um show, peça teatral, ou até um evento gastronômico - antes  de tudo isso acontecer, o mais importante é discutir qual a melhor forma de levar cultura e entretenimento ao público sem tumultos, bombas de gás de pimenta e afins.




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